Por Glauco Bronz Cavalcanti, Sócio-Fundador da BLP Crypto
O mercado de criptoativos é fiel ao velho clichê do mercado financeiro: é nas crises que moram as melhores oportunidades. Basta observar os movimentos mais recentes. Enquanto o Bitcoin transita nas mínimas do ano, e a mídia especula sobre o futuro das stablecoins com o crash da Luna e UST, os grandes players aproveitam para ocupar o espaço de quem bate em retirada.
A Andreessen Horowitz, mais conhecida como a16z, lançou na última quarta-feira (25/mai) o seu quarto fundo de investimentos em criptos e blockchain. Com uma captação recorde de US$ 4,5 bilhões, a companhia parece determinada a aproveitar as atuais barganhas da Web 3.0. Não se trata de um movimento aventureiro. No mercado de criptos, a a16z é famosa por ter investido nos estágios iniciais de algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Airbnb, Facebook, Instagram, Slack, Skype e outras.
Mas os velhos tubarões do mercado financeiro também estão atentos às oportunidades. A começar pelo JP Morgan. O banco anunciou ao mercado que, a partir de agora, as criptomoedas são sua nova classe preferencial de ativos alternativos. Até então, os preferidos da instituição eram imóveis – por décadas considerados um símbolo de investimento “seguro”. É importante notar o peso desse movimento. Quando um gigante financeiro substitui tijolo por criptos, é porque está em jogo uma tendência consistente, e não apenas uma oportunidade de ocasião.
Quando um gigante financeiro substitui tijolo por criptos, é porque está em jogo uma tendência consistente, e não apenas uma oportunidade de ocasião.Warren Buffet odeia criptos, mas é dele a frase que melhor se aplica ao atual momento do nosso mercado: “Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos”. Como sócio da BLP Crypto, que foi responsável pelo primeiro fundo de criptoativos do Brasil, eu vivi na pele o inverno das criptos em 2018 e o derretimento do Bitcoin em 2020. Acredito que a crise atual é só mais um capítulo na história de uma revolução. Enquanto não se ouvem os violinos, cabe ao investidor gerenciar o risco e se expor na medida certa. De preferência, atento aos passos quem está acostumado a lidar com o som dos canhões.